Tripulantes do norueguês Koll salvos pelos Cunene e Lobito

fotografia do navio Nyassa

O Cunene
(Foto: Navios e Navegadores)

Cunene
(Portugal)

Capitão: António Pinto e Neto
Tipo: Vapor de Carga
Tonelagem: 5875 TB
Proprietário: Sociedade Geral 

Porto: Lisboa
Construção: Flensburger Schiffsbau, Flensburg, Alemanha (1911)

Lobito
(Portugal)

Capitão:
Tipo: Vapor de Longo Curso
Tonelagem: 2.719 TB
Proprietário: Companhia Colonial de Navegação 

Porto: Luanda (Angola)
Construção: Eiderwerft A.G., Tonning, Alemanha/ Germany (1906)

O Cunene regressava dos EUA, onde tinha deixado 29 náufragos do navio norueguês Svenør, quando a 12 de abril de 1942, por volta do meio-dia, os tripulantes avistaram pela proa uma baleeira com 12 tripulantes do navio tanque Koll, também norueguês, afundado uma semana antes. 

Os sobreviventes encontravam-se “em estado lastimoso e feridos, principalmente o capitão que teve de ser amarrado e içado por não ter já ação dos membros”, podia ler-se no relatório entregue em Lisboa. Todos foram medicados e, com a exceção do comandante norueguês, que seria hospitalizado, todos chegaram bem a Lisboa, onde o Cunene entrou pelas 9.30 horas do dia 24 de abril. 

Outros nove tripulantes do mesmo navio foram recolhidos pelo vapor português Lobito a 16 de abril que, em viagem de Lisboa para Gloucester, nos EUA, avistou por estibordo a vela de uma pequena embarcação. Eram o imediato, o segundo maquinista, o carpinteiro, três marinheiros e 3 ajudantes de motorista, todos de nacionalidade norueguesa, com exceção de um, que era canadiano. Estavam todos feridos, com o segundo maquinista em estado grave, queimado pela inflamação do petróleo durante o torpedeamento. Outro homem morrera no salva-vidas no dia anterior. Os portugueses trataram os ferimentos, forneceram-lhes alimentos e roupa. 

O salvamento foi comunicado via rádio e, no dia 17, à entrada do rio Delaware, nos EUA, eram esperados pela vedeta da Guarda Costeira americana CG-2398 que recolheu os sobreviventes e os levou para a base em Lewes onde receberem assistência médica. Um foi internado no hospital de Beebe. 

O Koll foi torpedeado no dia 6 de abril quando navegava de Galveston para Halifax onde se iria reunir a um comboio. O primeiro torpedo disparado pelo U-571 atingiu a casa de máquinas que se incendiou matando dois homens e ferindo outros dois. Um dos salva-vidas ficou destruído, mas outros três foram lançados com sucesso. Um, com motor, tinha doze homens a bordo, entre eles o capitão; outro sete, liderados pelo imediato, enquanto no último seguiam doze comandados pelo segundo oficial. 

Após o ataque os oficiais do U-571 questionaram os noruegueses sobre o navio, a carga, a origem e o destino. O Koll teve de ser afundado a tiros de canhão e os disparos espalharam gasolina a arder na água, quase matando um tripulante que, sobre uma jangada, foi obrigado a despir-se e a mergulhar.

O capitão, no barco a motor, rebocou os outros durante dois dias até que as condições meteorológicas se agravaram separando-os. O capitão foi recolhido pelo Cunene a 12 de abril. O que estava sob as ordens do imediato foi encontrado, a 15, pelo cargueiro suíço St. Cerge e o último, no dia 16, pelo Lobito. 

Carlos Guerreiro

Koll
(Noruega)

Capitão: Einar Knudsen
Tipo: Navio Tanque
Tonelagem: 10044 TB
Proprietário: Odd Berg

Porto: Oslo
Construção: Deutsche Werft AG, Betrieb Finkenwärder, Hamburg (1930)




Fontes:

National Archives UK, Kew (GB)  §  Arquivo Histórico da Marinha (PT)  § Arquivo Histórico do MNE (PT)  § uboat.net  §  Warsailors  § Diário de Notícias  §  Lista dos Navios da Marinha Portuguesa, datas 1939 a 1945  §  Navios e Navegadores  §