Náufragos do “Djurjura” recolhidos pelo “Malange”

Malange
(Portugal)

Capitão: Mário Simões Maia
Tipo: Vapor mercante
Tonelagem: 3155 Tb
Proprietário: Companhia Colonial de Navegação

Porto:
Construção: 1905

O “Malange” entrou no porto de Leixões na tarde de 19 de Junho de 1941 trazendo a bordo os cinco sobreviventes do navio Djurjura, um vapor britânico afundado dias antes pelo submarino italiano Benedetto Brin.

O navio português tinha encontrado os náufragos por volta das 22.30 horas do dia 15 de Junho de 1941, a Leste dos Açores, quando a tripulação avistou à distância um fogacho vermelho que levou o capitão Mário Simões Maia a dar ordens para alterar a rota e investigar o quês e que se passava.

O very-light vermelho tinha sido disparado de um bote que continha os únicos sobreviventes dos 38 homens que constituíam a equipagem do “Djurdjura”. Depois de recolhidos os náufragos explicaram que após o afundamento tinham ficado no local durante várias horas investigando os destroços para terem a certeza que não havia mais ninguém. Perante esta informação o “Malange” retomou a sua rota de regresso a Portugal.

Aos recém-embarcados foram dadas roupas, pois alguns apresentavam-se completamente nus, comida e um dos náufragos teve de receber maior atenção por parte dos portugueses pois tinha “fortes queimaduras, resultantes da exposição do corpo nu à luz solar durante três dias, pelo que foi necessário ligá-lo untado com vaselina”, esclarece o relatório de Mário Simões Maia.

 

O Afundamento do “Djurdjura”

O “Djurdjura” carregava aço e seguia num comboio de navios quando, às 1.30 horas do dia 13 de Junho, foi atingido por um torpedo disparado pelo submarino italiano “Benedetto Brin” que fez o navio desaparecer sob as águas em cerca de 20 segundos, arrastando consigo 33 dos seus tripulantes.

Os cinco homens que conseguiram escapar procuraram outros companheiros entre os destroços durante 27 horas, tendo depois rumado aos Açores. Dois dias depois avistaram as luzes do “Malange” e dispararam o foguete.

O “Benedetto Brin” conseguiu realizar dois afundamentos durante o ataque ao comboio pois para além do “Djurdjura” também teve sucesso contra o “Eirini Kyriakides” um cargueiro grego do qual não se conhecem sobreviventes.

O “Djurdjura”, construído em 1922, pertenceu primeiro a uma empresa britânica, sendo vendido em 1927 a uma companhia francesa. Em 27 de junho de 1940, após a rendição da França, encontrava-se no porto britânico de Falmouth onde os britânicos o apreenderam e colocaram ao serviço do Ministério dos Transportes.

Carlos Guerreiro 

 

Djurjura
(GB)

Capitão: Pierre Edmond de La Rue
Tipo: Vapor mercante
Tonelagem: 3460 Tb
Proprietário: Ministry of War Transport

Porto: Manchester
Construção: 1922




Fontes:

  • Arquivos: National Archives UK, Kew (GB); Arquivo Histórico da Marinha (PT); Arquivo Histórico do MNE (PT);
  • Sites: convoyweb.org.ukwreksite.eu
  • Livros & Publicações : Diário de Lisboa;