Pelas 12.10 horas do dia 2 de dezembro de 1942 foi avistada do paquete português Lourenço Marques uma baleeira com 22 náufragos do navio grego Cleanthis, afundado no dia 30 de novembro pelo submarino alemão U-181. 

O navio português, em viagem pelas colónias africanas partira de Porto Amélia, norte de Moçambique, com destino à cidade de Lourenço Marques onde aportou pela meia noite de 2 de dezembro, horas depois de ter encontrado os náufragos. A baleeira trazia todos os sobreviventes do Cleanthis, nomeadamente, sete oficiais - entre os quais o imediato, os 2º e 3 pilotos, o maquinista, e os 2º e 3º rádio-telegrafistas - e 15 tripulantes que tinham visto o seu navio ser atacado com torpedos e tiros de canhão. À chegada dezena e meia de homens receberam assistência médica, mas nenhum apresentava problemas graves.

O ataque ocorreu às 05.31 horas do dia 30 de novembro depois de uma perseguição de cerca de quatro horas. Dois torpedos falharam o alvo e o submarino resolveu atacar com a artilharia da coberta fazendo cerca de 80 disparos com a arma de maior calibre. Com o navio em chamas foram também feitos disparos de menor calibre contra o casco junto da linha de água o que eventualmente acelerou o afundamento.

O comandante e onze tripulantes morreram no ataque. O sistema de rádio foi destruído aos primeiros disparos o que impediu o envio de qualquer mensagem de socorro.

Carlos Guerreiro