Bernardino Costa era tripulante do navio grego Ekatontarchos Dracoulis quando este foi torpedeado pelo U-44 a oeste da costa portuguesa pelas 4.15 horas do dia 20 de janeiro de 1940.

O português sobreviveu ao ataque recolhendo-se num salva-vidas com outros onze tripulantes, entre os quais o comandante. Foram recolhidos no dia seguinte pelo vapor italiano Nino Padri e deixados em Gibraltar.

O cônsul grego em Lisboa foi informado do afundamento através de uma transmissão rádio realizada por este navio transalpino. A mesma comunicação alertava para a existência e outro salva-vidas com sobreviventes que continuava desaparecido.

As autoridades portuguesas deram ordens ao contratorpedeiro Vouga para zarpar numa operação de busca de salvamento, mas antes de sair foi recebida a informação que os restantes dez náufragos tinham sido encontrados pela traineira espanhola Anton Fontana que fundeou ao largo da Peniche, na tarde de 22 de Janeiro, à espera e condições para entrar no porto, o que aconteceu no dia seguinte.

Em Peniche, para além dos pescadores e população local foram recebidos pelo cônsul-geral da Grécia, Emmanuel Papamichaeli; o adido marítimo da Legação Grega em Lisboa, capitão Teodoro Lonicios, e Basilio Daskalakis, comandante de polícia destacado no país. Em terra foram vestidos e alimentados antes de seguirem num autocarro para Lisboa onde foram internados no Hospital de São José para tratamento dos ferimentos e da exaustão.

Carlos Guerreiro