Airacobra (AP273) também aterrou em Lisboa

Fotografia do Tenente Charles Botvidson<br /> <span style="font-size: x-small">(Foto cedida por Maria Adelaide Lopes)</span>

Fotografia do Tenente Charles Botvidson
(Foto cedida por Maria Adelaide Lopes)

Dedicatório de Botvidson na traseira da fotografia <br /> <span style="font-size: x-small">(Foto cedida por Maria Adelaide Lopes)</span>

Dedicatório de Botvidson na traseira da fotografia
(Foto cedida por Maria Adelaide Lopes)

Data                                              15-01-1943

Local                                             Aeroporto da Portela - Lisboa

Força                                             USAAF     350FG

Avião                                            Bell P-400 Airacobra       AP273

 

Origem-Destino                            Land's End (GB) → Port Lyautey (Marrocos)

 

Tripulação                                    Lt.   Charles C. Botvidson      USA

O Airacobra de Charles Botvidson seguia para o Norte de África integrado numa esquadrilha que era guiada por um bombardeiro B-25. Com ordens para passar ao largo da costa portuguesa o navegador terá, no entanto, cometido um erro que levou os aparelhos para longe sobre o oceano. 

Quando perceberam que os caças já não tinham combustível para chegar ao destino ou sequer a Gibraltar o bombardeiro conduziu-os até ao Aeroporto de Lisboa, continuando viagem para África. 

Botvidson, que aterrou às 15.03 horas, teve nesse dia na na Portela de Sacavém a companhia de mais dez companheiros - uns em versões P-39 e outros em P-400 do mesmo avião de caça- e um outro terminou a viagem em Aveiro.

Este avião terá integrado o grupo de P-39's e P-400's comprados por Portugal aos americanos, por 20 mil dólares cada, para constituir na esquadrilha “OK” da Aeronáutica Militar.

Charles Botvidson e os outros pilotos que chegaram a Lisboa foram internados em Elvas onde chegaram a 18 de Janeiro de 1943. Ali encontraram outros pilotos americanos e Aliados que já tinham feito amizade com estudantes portugueses, populares e militares da 1ª Brigada de Cavalaria, aquartelada naquela cidade fronteiriça. 

Os militares portugueses eram responsáveis pela vigilância e segurança dos aviadores internados e foi a um deles, o Capitão Silva, que Botvidson ofereceu a Fotografia.

No dia 1 de julho o comandante militar de Elvas recebeu ordens para informar os aviadores americanos Botvidson, Gompf, Bishop, Beedle e Sebring, de que seriam repatriados em breve. Dois dias depois foram entregues a elementos da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) que ficaram encarregados dessa operação. Desconheço a data em que chegaram a Gibraltar ou ao Norte de África onde passaram a integrar a 15ª Força Aérea, responsável pela ações aéreas na zona de mediterrâneo, utilizando para o efeito caças Aircobra, Spitfires e mais tarde P-51’s.

Botvidson é creditado com o abate de dois aviões inimigos no dia 6 de junho de 1944, algures sobre o mediterrâneo. A 8 de julho o P-51 que pilotava foi abatido na Jugoslávia, mas ele consegue escapar de paraquedas e é recolhido por resistentes que o fazem regressar à linhas Aliadas. 

Foi ainda possível apurar que entre Agosto de 1961 e fevereiro de 1962 o Major Botvidson assumiu o comando do 9th Attack Squadron, então estacionado na Alemanha.

Carlos Guerreiro 




Fontes:
“Aviões da Cruz de Cristo” – Mário Canongia Lopes  §  "Spitfires e Hurricanes em  Portugal - Mário Canongia Lopes  §   ARQUIVO ANA -Aeroportos de Portugal   § http://raf-112-squadron.org/index3.html  §  armyairforces.com  §   Robert Brown   §   Arquivo Histórico Militar  §  https://www.52fg.org/   §   USA - Aerial Victory Credits - World War Two   §   Holloman Air Force Base